Por Vênus
Através da visão de um ex-namorado, 3 anos depois do fim, o curta “Fantasma”, feito por André Novais Oliveira em 2009, utiliza a imagem de uma câmera semi-profissional estática controlada pelos próprios personagens para filmar uma esquina e trazer para o espectador o sentimento de busca por Camila, a ex.
Enquanto isso, acompanha-se a conversa de dois amigos em uma voz over, apresentando a narrativa e consequentemente nos aproximando da realidade tão comum nos relacionamentos atuais. A obsessão. Esta fixação do protagonista em esperar sua ex-namorada, com uma câmera, mesmo sem ter a certeza de que irá vê-la e sua agitação com a possibilidade do amigo desligar a câmera, representa o quanto antigos amores nos afetam e como é angustiante a espera.
A escolha estética de apresentar somente a visão da câmera em modo automático e mal posicionada passa a fazer sentido ao longo da trama, que, bem articulada, apresenta uma boa história com incríveis símbolos e ligações entre si, mesmo com poucos recursos. Por isso, ganhou diversos prêmios nacionais, incluindo o de melhor filme na Mostra Miau, no PUTZ, no Panorama Internacional Coisa de Cinema, no Júri ABD-APCI no Janela Internacional de Cinema do Recife e no Crítica no Janela Internacional de Cinema do Recife, todos em 2010.
